sábado, 10 de janeiro de 2015

Culpando altos impostos, Nintendo encerra operações no Brasil


Nintendo anunciou ontem (9) que não distribuirá mais jogos e consoles no Brasil.

A partir de janeiro de 2015, a Gaming do Brasil, empresa subsidiária da Juegos de Video Latinoamérica, não distribuirá mais os produtos da Nintendo no Brasil. A Gaming do Brasil distribuiu os produtos da Nintendo no país pelos últimos quatro anos.

“O Brasil é um mercado importante para a Nintendo e lar de muitos fãs apaixonados mas, infelizmente, desafios no ambiente local de negócios fizeram nosso modelo de distribuição atual no país insustentável”, disse Bill van Zyll, Diretor e Gerente Geral para América Latina da Nintendo of America.

“Estes desafios incluem as altas tarifas sobre importação que se aplicam ao nosso setor e a nossa decisão de não ter uma operação de fabricação local. Trabalhando junto com a Juegos de Video Latinoamérica, iremos monitorar a evolução do ambiente de negócios e avaliar a melhor maneira de servir nossos fãs brasileiros no futuro”.

Apesar das mudanças no Brasil, a Juegos de Video Latinoamérica continua a ser a distribuidora da Nintendo para a América Latina. “Somos parceiros da Nintendo na distribuição de seus produtos na América Latina há 14 anos e continuamos comprometidos com a marca. E, enquanto nenhuma outra mudança está planejada para outros mercados da região, estamos em uma posição em que precisamos reavaliar nossa abordagem na distribuição no Brasil”, explica Bernard Josephs, CEO da Juegos de Video Latinamérica.

"Continuaremos a monitorar o ambiente no país para que possamos avaliar futuras oportunidades".

Problemas de longa data

Não é de hoje que a relação da Nintendo com o Brasil é problemática. Há mais de um ano é impossível para muitas pessoas comprar conteúdo na loja online eShop do portátil Nintendo 3DS. Isso porque a Nintendo não se adequou à regulamentação bancária que impede que cartões de crédito de certos bancos, como Bradesco, Itaú e Santander efetuem operações em lojas online que apresentam preços em reais, mas cobram em dólares.

A inexistência do eShop de Wii U aqui impede jogadores de comprarem conteúdo exclusivo online, como os games clássicos do Virtual Console, e gera outras situações inusitadas: "Mario Kart 8" recebeu um conteúdo extra gratuito que brasileiros não conseguem baixar pois é necessário acessar a loja online.

Tanto Microsoft quanto Sony enfrentaram a mesma situação com suas respectivas lojas online para consoles, mas conseguiram solucionar e oferecer alternativas ainda em 2013.

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