quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Despoluição do Rio Jundiaí vai beneficiar Itupeva


Graças a ações constantes e parceria entre a prefeitura de Itupeva, a Sabesp e outras empresas de saneamento básico, além das demais prefeituras que margeiam o Rio Jundiaí, a cidade ganhou mais um destaque positivo na mídia recentemente, entrando para história como um dos municípios que será beneficiado com a despoluição do Rio Jundiaí, o primeiro do Estado a passar com êxito por esse processo.

O prefeito aponta a importância dessa conquista não só para a cidade, mas para toda a região: “Felizmente temos caminhado para uma sociedade mais responsável e com respeito ao ambiente. Essa é uma pauta que damos muito valor em nossa Administração e a despoluição do Rio Jundiaí será benéfica para a cidade, não apenas pela captação, mas também pela melhora no ambiente, com a possibilidade do uso da água para irrigação e também para a pesca. É um prazer ver que, aos poucos, os peixes estão voltando para nosso rio”, disse. “Ainda é um processo em andamento, o que todos queremos é que ele chegue à Classe 1, mas um importante primeiro passo já foi dado. Espero que ele possa ser usado como referência para todo o país e que mais ações de despoluição tenham sucesso, assim estamos garantindo um mundo melhor para as próximas gerações”, completou.

O vice-prefeito e secretario de Desenvolvimento Urbano, Osmar Tozi, ressalta que a parceria da prefeitura com a Sabesp foi fundamental para o ótimo resultado: “Além da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), a Sabesp tem outros projetos que recebem nosso apoio. Também fizemos uma parceria que incluiu os sitiantes da cidade, que nos cederam acesso aos seus lagos para colaborar na captação de água e evitar o racionamento na cidade; realizamos ações de limpeza nas margens do Rio, em parceria com os Bombeiros e outros órgãos, entre outras atividades”, destalha.

Com a despoluição, o Rio Jundiaí, antes classificado como Classe 4, podendo apenas ser utilizado para navegação e harmonia paisagística, passou para Classe 3, que possibilita, além do consumo, a pesca amadora e para o consumo de animais e vai beneficiar cerca de 277 mil pessoas na região.

A nascente do Rio Jundiaí fica na Serra dos Cristais, em Mairiporã, e percorre 128 km até o Rio Tietê, em Salto, cerca de 100 km da capital. Com os Rios Piracicaba e Capivari, forma a Bacia PCJ, onde ficam as principais represas do Sistema Cantareira, que atravessa a pior seca de sua história. Em 47 km, da nascente até Várzea Paulista, o Jundiaí é considerado classe 2, categoria definida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) para rios próprios para consumo após tratamento convencional. A partir dali, a quantidade de oxigênio na água piora por causa do lançamento de esgoto, o que rebaixava os 81 km seguintes para classe 4, mesma categoria do Rio Tietê dentro da Grande São Paulo. Mas graças ao tratamento, o rio não apresenta metais pesados há muitos anos e, segundo relatório da Cetesb, todos os parâmetros estão em conformidade com os padrões da classe 3, sendo possível o tratamento que tornará a água potável e com qualidade, dentro dos padrões exigidos. Assim, no dia 9 de setembro, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos aprovou o pedido do Consórcio da Bacia do PCJ, e reenquadrou o trecho de 25 km para classe 3.

O gerente da Companhia Ambiental de São Paulo (Cetesb) em Jundiaí, o biólogo Domenico Tremaroli, explica que as Estações de Tratamento de Esgoto em Itupeva e Várzea Paulista, inauguradas pela Sabesp entre 2012 e 2013, foram fundamentais para a melhora na qualidade da água nesse trecho e as várias quedas d'água entre Itupeva e Indaiatuba, que melhoraram a oxigenação da água, também colaboraram: "Isso prova que com ações organizadas e integradas de saneamento é possível recuperar um rio altamente degradado. Esse trabalho começou em 1984 e até o fim do ano devemos recolocar o trecho restante na classe 3", diz.

Com 104 m³ por habitante/ano, a Bacia PCJ tem a menor disponibilidade hídrica do Estado. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera crítica a situação de 1,5 mil m³ por habitante/ano.

“Sem dúvida essa reclassificação do Rio Jundiaí vai ser fundamental no abastecimento da região, principalmente num momento como esse, em que enfrentamos um grande período de estiagem”, finaliza o prefeito.



Processo de Despoluição levou mais de 30 anos

A despoluição do Rio Jundiaí foi iniciada em 1982, com a criação do Comitê de Estudos e Recuperação do Rio Jundiaí (CERJU), reunindo todas as cidades da bacia, mais as indústrias e o Governo do Estado. Na época, a bacia do Rio Jundiaí tinha um dos maiores níveis de carga de poluição do país, em parte pela pequena vazão do rio, aliada ao crescimento populacional e industrial da região. A cidade de Jundiaí representava 46,3% das quase 100 toneladas de carga orgânica lançadas diariamente no rio.

Em Jundiaí, as obras foram iniciadas em 1985 e o sistema foi constituído basicamente por coletores tronco, interceptores e emissários ao longo do rio Jundiaí, em suas margens, e de seus principais afluentes, interligados à rede pública coletora do município, somando uma extensão aproximada de 52 Km. Para a conclusão do projeto, os serviços de tratamento de esgoto foram concedidos por 20 anos a empresas particulares, em troca da construção e operação da Estação de Tratamento, que foi inaugurada em 1998, pela CSJ – Companhia Saneamento Jundiaí, que é uma referência no país pois, coleta quase 100% de esgoto e, além de tratar as águas do rio, utiliza os resíduos para a produção de adubo. Segundo o DAE, desde o ano 2000 Jundiaí já não polui mais o rio.,

Em Itupeva, a despoluição avançou com a inauguração da ETE em 2012, que possibilitou aumentar a coleta de esgoto, com expectativa de atingir 100% de coleta em breve (atualmente o índice de tratamento fica entre 80 e 90%). A ETE de Itupeva tem capacidade hidráulica para tratar 180 litros por segundo, pelo processo de reator aeróbio de fluxo ascendente, seguido de filtro aerado submerso.

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