sábado, 2 de maio de 2015
Homem que matou ex em igreja sofre crises psicóticas, diz advogado no AC
“Um menino que tem transtorno mental, não é um homicida à sangue frio”, avalia o advogado de Diego de Alcântara Germano Alvares Corrêa, de 33 anos, que matou a ex-mulher com três tiros durante culto em uma igreja, no dia 12 de abril, na cidade de Itupeva, em São Paulo. Segundo o advogado, Fábio Fadel, o suspeito teve um surto psicótico e deve ser transferido para um hospital psiquiátrico. Diego Corrêa foi preso em um hotel, no último dia 24, em Rio Branco.
De acordo com o advogado, o homem sofre com doenças mentais desde os três anos. Em seu primeiro casamento, ele fazia tratamento psiquiátrico. Na época, ele começou a frequentar uma igreja, onde teria conhecido sua segunda esposa, doze anos mais velha. Diego Corrêa deixou a primeira esposa e um filho de nove anos para viver com a outra mulher, que pediu que ele parasse de tomar os medicamentos, acreditando na cura espiritual.
O advogado explicou ainda que o suspeito, então, saiu da cidade com a nova esposa para o Mato Grosso do Sul, onde viveu por quase dois anos. Fadel diz que seu cliente costumava visitar os pais em São Paulo e sem os remédios, voltou a ter crises psicóticas e agredir por várias vezes os pais e a mulher.
Ao voltar de uma de suas viagens para visitar os pais no interior de São Paulo, Diego não encontrou mais a esposa e a casa tinha sido vendida. Segundo o advogado, ela não suportou a pressão de viver com ele e acabou vendendo tudo e fugindo com o dinheiro.
“Foi quando ele entrou em um surto psicótico e começou a persegui-la. Quando conseguiu localizá-la em Itupeva, foi até ela e disse que precisava voltar com ele, pois tinha abandonado tudo para ficar com ela e estava sozinho. A mulher disse que não voltaria mais e que ele era louco. No momento, ele estava armado e disparou uns cinco, seis tiros e três pegaram nela, que estava dentro da igreja”, conta o advogado Fadel.
Após efetuar os disparos que causaram a morte da mulher, de 44 anos, Diego Corrêa fugiu da cidade e dirigiu até o Acre durante vários dias. Chegando em Xapuri, município distante 188 quilômetros de Rio Branco, ele foi abordado pela Polícia Federal e fugiu, sendo capturado no dia seguinte, em um hotel na capital.
“Nesse tempo, quando ele foi preso, ligou para a família e eles me contrataram para defender o filho. O pessoal da polícia do Acre foi atencioso. Eu avisei ‘cuidado ele é psicótico, não deixa ele sozinho, não enfrenta, porque ele é um monstro’. Ele está no Presídio Francisco D’Oliveira Conde em uma cela separada dos demais”, afirma Fadel.
O pai do suspeito veio ao Acre para visitar o filho, e já voltou para São Paulo. O advogado conta ainda que Diego Corrêa está sendo medicado no presídio de Rio Branco. “Eu levei os remédio para ele. O laudo psiquiátrico solicita que meu cliente fique isolado dos demais presos e que seja transferido para uma unidade de tratamento psicológico”, diz Fadel.
O advogado afirma ainda que uma petição foi encaminhada à juíza responsável pelo caso, solicitando que seu cliente seja liberado da unidade prisional e transferido para um hospital psiquiátrico.
“Assim que a juíza autorizar a transferência dele para uma clínica, ele fica sob minha responsabilidade e do médico dele. A família vai mandá-lo para uma clínica especializada em São Paulo. O ideal é que ele fique em um lugar onde não haja reclusão, mas também que não tenha como escapar, com vigilância absoluta. O laudo médico diz que ele tem que ficar em uma clínica com vigilância 24 horas, porque ele simula tomar remédio e não toma”, diz o advogado.
A defesa, segundo o advogado, vai ser no sentido de uma absolvição imprópria, que é feita para quem tem transtornos mentais. “Com isso, ele é condenado pelo que fez, mas cumpre a pena ou em um hospital psiquiátrico, ou em uma clínica, ou na própria casa, com vigilância”, afirma Fadel.
“Pela regra da Lei, quem prende o suspeito, fica com ele por 30 dias e o estado que emitiu tem que providenciar o translado. Eu conversei com o pessoal da Segurança Pública do Acre e fui informado de que não vão levar o meu cliente, porque alegam não ter infraestrutura. Tem os custo com avião, agentes e outras coisas. Então fui informado de que ele vai permanecer aqui”, conclui o advogado.
Procurada pelo G1, a Secretaria de Segurança do Estado, por meio da assessoria, informou que o suspeito está preso preventivamente, sem data para fazer a transferência, porque está aguardando a manifestação das autoridades de São Paulo.
A Sesp informou ainda que o estado mantém a custódia do preso e tem a obrigação de entregar para as autoridades paulistas assim que tiver a solicitação. Além disso, a assessoria explicou que não é o estado do Acre que fica responsável por mandar o preso para a cidade onde ocorreu o crime, e sim a própria polícia de São Paulo que deve fazer essa transferência. Até lá, ele segue detido no presídio de Rio Branco.
Entenda o caso
A Polícia Rodoviária Federal no Acre (PRF-AC) prendeu no dia 24 de abril, Diego de Alcântara Germano Alvares Corrêa, de 33 anos, acusado de matar a ex-mulher com três tiros durante culto em uma igreja, no dia 12 de abril, na cidade de Itupeva, em São Paulo. O suspeito teria ido até o local para tentar reatar o casamento e, depois dela ter negado o pedido, sacou a arma e efetuou vários disparos.
De acordo com a PRF-AC, Corrêa foi abordado no posto policial do município de Xapuri, distante 188 quilômetros de Rio Branco, na tarde de quinta-feira (23) e fugiu sendo capturado no dia seguinte, na capital.
De acordo com o inspetor-chefe da PRF-AC, Nelis Newton, o acusado acreditava que com a fuga para o Acre ficaria escondido da Justiça. “O suspeito informou que após o homicídio fugiu para sua terra natal, Brasilândia, no Mato Grosso do Sul e depois disso resolveu vir para o Acre, onde achou seria mais difícil ser capturado”, disse.
Fonte: G1
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